Novo Mirante é inaugurado no Pico do Jacroá em Marliéria 09/12/2017
Com a trégua da chuva, na manhã deste sábado, e diante de um
cenário favorecido com o verde da Mata Atlântica ao fundo, dezenas de pessoas
acompanharam a inauguração do novo mirante no Pico do Jacroá, em Marliéria.
Mirante foi inaugurado na manhã deste sábado no Pico do Jacroá, Marliéria
A construção promete ser um novo atrativo turístico do Vale
do Aço e cartão postal do município de Marliéria. Localizada no ponto
culminante do município, a instalação foi feita obedecendo a critérios de
acessibilidade e permite a contemplação da grandeza do Parque Estadual do Rio Doce.
A inauguração foi uma das atividades de comemoração dos 64 anos da emancipação política
e administrativa de Marliéria, lembrados neste dia 09 de dezembro.
Ao terminar o descerramento da placa inaugural, o prefeito
Geraldo Magela Borges de Castro, o Lalado, explicou em entrevista ao Diário do
Aço que o novo mirante foi construído porque o antigo, feito em madeira, ficou
pendurado em um barranco depois da paralisação da construção da Estrada-Parque
Dom Helvécio, de responsabilidade do governo estadual.
“Essa obra que inclui o mirante e a infraestrutura de acesso
e instalação ao redor, foi feita com recurso do Ministério do Turismo (R$439
mil) e a prefeitura entrou com cerca de R$ 65 mil como contrapartida. É mais um
incentivo para o turismo, que tende a crescer em nosso município”, enfatizou.
O prefeito acrescentou que e sua gestão, já no segundo
mandato, foram encaminhados vários pedidos ao governo estatual, para que sejam
retomadas as obras de pavimentação da Estrada-Parque, que liga a sede do
município ao Parque Estadual do Rio Doce.
Na placa, a frase atribuída ao desbravador francês, Guido Tomás Marlièrie, "Je crois en Dieu" (eu creio em Deus, na tradução do francês)
De um trecho de aproximadamente 18 quilômetros apenas cinco
foram pavimentados e ficou sem conclusão a pardo calçamento projetado para a
área da subida e descida da serra.
MARCO
O marlierense Domingos Sávio Castro, explica que o pico
Jacroá situa-se em um ponto central de Marliéria e é um marco geográfico entre
a área de serras do município e a planície permeada por lagoas na abrangência do
Parque Estadual do Rio Doce e entorno. “Aqui de cima avista-se quase 80% da
área do Parque Estadual do Rio Doce”.
O gerente do Parque Estadual do Rio Doce, Vinícius de Assis
Moreira, destaca a inauguração do novo mirante como muito importante para o
turista que procura a contemplação da natureza.
“O parque é uma referência, está pronto para receber
turistas, mas precisamos de uma abordagem estratégica para a implantação do
turismo no seu entorno, no sentido de desenvolver emprego e renda nos municípios
de abrangência, que são Marliéria, Timóteo e Dionísio. E o mirante é uma janela
que se abre. É o parque se apresentando para o turista a partir de Marliéria,
um estímulo para a visitação ao parque e nos atrativos do seu entorno”,
concluiu.
ROTA DE CICLISTAS
Grupos de ciclistas de Ipatinga, Coronel Fabriciano e
Timóteo prestigiaram a inauguração. O pico do Jacroá é uma antiga rota
utilizada pelos ciclistas das modalidades Cicloturismo e competição de Mountain
Bike, que normalmente saem de Timóteo, contornam a serra pelo Jacroá, passam
por Cava Grande e retornam a Timóteo. O percurso soma pouco mais de 100
quilômetros.
CONSTRUÇÃO
Com três pavimentos, o mirante terá um bar no térreo,
cercado por um deck. O comércio deverá funcionar pela modalidade de licitação pública.
A parceria público-privada deverá assegurar que o vencedor explore o ponto que
tem grande potencial comercial e responsabiliza-se pela manutenção e vigilância
do patrimônio público.
Deck ao redor do térreo do mirante será usado por uma lanchonete a ser instalada no local por meio de uma parceria público-privada
O equipamento é composto, no segundo piso por um salão e, no
terceiro piso, o terraço, local ideal para quem gosta de fotografias em grandes
planos.
Lá do alto é possível avistar quase a totalidade do vale entre
os municípios de Dionísio e Timóteo, com a maior parte da área preservada de
Mata Atlântica no Parque Estadual do Rio Doce. O acesso ao segundo piso foi
contemplado com uma rampa para cadeirantes.
COMO CHEGAR
O acesso ao mirante do Jacroá é feito pela Estrada-Parque
Dom Helvécio, cuja entrada fica ao lado da Igreja Matriz de Marliéria, na Praça
JK. Do centro até à entrada são três quilômetros de subida na serra. Na medida
em que vence o aclive o visitante já poderá contemplar os valões entre as
serras que cercam a cidade.
Na virada da estrada-parque há o caminho que leva ao mirante.
É uma subida íngreme com calçamento em bloquetes de concreto. Um estacionamento
foi construído à direita, entretanto, carros transportando idosos com
dificuldade de locomoção e pessoas com deficiência poderão trafegar até a base
do mirante.
Depois da visita ao mirante o turista poderá seguir pela
estrada-parque até a portaria do Parque Estadual do Rio Doce. O percurso total
é de 18 quilômetros. Parte da estrada, fora da serra, é pavimentada.
ORIGEM DO NOME
Há várias versões para a origem de Jacroá, o nome dado ao
ponto culminante em Marliéria. Dentre elas, duas destacam-se com mais frequência.
Na mais repetida, o desbravador francês, Guido Tomás
Marlièrie, passava pela região no começo do século XIX e , ao avistar à sua
frente o vale que descortinava plenamente coberto pelo manto da floresta em
meio às lagoas, teria professado a sua fé: “Je crois em Dieu!” (eu creio em
Deus, na tradução do francês). Os nativos que o acompanhavam passaram a se
referir ao local como Jacroá.
Ciclistas saíram cedo de várias cidades do Vale do Aço para acompanhar a inauguração em um lugar que já é rota dos praticantes do cicloturismo e Montain Bike
A outra versão, também aceita por pesquisadores, tem origem
nativa. Os botocudos, índios que habitavam a região, referiam-se a “jacroá”
como um lugar qualquer onde houvesse matas, lagoas, bem como um ponto alto de
onde pudessem ser avistadas.
Independente da origem, o Pico do Jacroá está hoje à
disposição de novos visitantes que poderão contemplar a grandeza preservada da
mata atlântica de Minas Gerais e bradar os seus sentimentos, como o fez Guido
Tomás Marlièrie há quase dois séculos.